quinta-feira, janeiro 03, 2008

Qual o papel da Saúde Pública?

Duarte D' Oliveira, coordenador do Jornal de Saúde Ambiental, refere, no seu post Estabelecimentos Termais – Ficha de Avaliação, várias coisas com as quais discordo, acerca da profissão de Técnico de Saúde Ambiental:
Em relação à Comunicação, discordamos da insistência na componente fiscalizadora da Autoridade de Saúde, em pretérito das funções de agente promotor de saúde, e preocupa-nos que retome um discurso que aparentemente sugere atitudes e comportamentos – que associamos à polícia sanitária – que pensávamos já ter sido definitivamente abandonados. Há dezenas de anos.

Porque, em poucas palavras, MSP e TSA são profissionais de saúde. E, como todos nós sabemos, os profissionais de saúde não são polícias.

Apesar de não pertencer à classe, tenho alguma aproximação afectiva ;-)

E não deixarei de dizer que discordo com veemência daquilo que me parece ser uma postura demissionária da defesa da Saúde Pública. O que se quererá dizer com os profissionais de saúde não são polícias ? Que não deverão encerrar estabelecimentos que, pura e simplesmente, colocam em risco a Saúde e Segurança dos consumidores, por manifesta falta de higiene? Que se deverão ficar pelas atitudes pedagógicas, nunca passando à tantas vezes necessária pedagogia da repressão?

Bem, tudo tem que ser feito com peso e medida. E parece-me que faz falta aos profissionais de Saúde Pública o que sobra à ASAE, seja isso considerado bom ou mau...

2 comentários:

Anónimo disse...

Tem o direito de discordar. Mas,

… admita que os polícias, mesmo os agentes da ASAE, não são profissionais de saúde. E que

… a “pedagogia do cassetete” é o recurso de quem “substitui a força do argumento pelo argumento da força”. E, também, que

… informar e formar exige esforço – e tempo, estudo, diálogo.

J Pinto disse...

Há, com certeza, tempo para tudo: para formar, informar, sensibilizar, consciencializar,...
Mas haverá tempo, concordará com certeza, para aquilo que chama a "pedagogia do cassetete": quando alguém não quer ser formado, sensibilizado, consciencializado, terá que existir alguém que diga que a lei é para se cumprir.

Não tem a Autoridade de Saúde e, por delegação de competências, os TSA, a responsabilidade de fazer cumprir a legislação e, no caso de estar em causa a Saúde Pública, isso poder ir até, se necessário, ao encerramento dos estabelecimentos?