Os Retratos têm um programa simples: pessoas normais a trabalharem normalmente. É o lado da vida das pessoas que mais lhes determina o quotidiano, a que horas se levantam, os caminhos que levam, o tempo que têm ou não têm, o esforço de todos os dias, o modo como se relacionam socialmente, o dinheiro que têm. O trabalho raras vezes é fonte de felicidade, mas ter trabalho dá uma dignidade que faz muita diferença, em tempos de desemprego. (...) Muitos leitores do Abrupto têm olhado assim para o trabalho.
Irei aproveitar-me do Abrupto, e das muitas fotos que os leitores lhe foram enviando, para olhar o trabalho de outra forma. Talvez menos romântica, mais pragmática. Irei, se conseguir, olhar para os Retratos com uma visão clínica, de técnico.
Olharei do ponto de vista da Segurança e Saúde no Trabalho. Tentarei ver que riscos se escondem em cada uma das imagens, que acidentes poderão ocorrer, que doenças profissionais serão possíveis.
Mas não me limitarei ao diagnóstico. Tentarei recomendar medidas de prevenção: das mais óbvias, os equipamentos de protecção individual, às mais elaboradas, como as medidas de engenharia.
É pena que, nos arquivos do Abrupto, já não se encontrem muitos dos Retratos dos meses anteriores. Não sei porquê, mas desapareceram. Talvez peça ao Pacheco Pereira que me envie os restantes.
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